sábado, 3 de julho de 2010

Só, em casa

E saber que ali já se notou cena mais extraordinária. Momento que me faz analisar cada instante minuciosamente de maneira tão inútil e incontestável.
E rever cenas que nem mesmo presenciei, imaginando o nada passando diante de meus olhos. Sentir lá no fundo aquele tédio amargurado o qual irrita minha mente de maneira sufocante.
E reparar que essa casa, quando erma, me tortura; e me massacra, lembrando a angústia de viver só. É penoso andar pelo corredor que mais parece respirar todo meu ar. Escadas rangendo melancolia, suplicando serem pisadas. Aflição das paredes por não receberem carícias de ninguém mais que um pincel de tinta. Lampiões bruxuleando em sua fraqueza existente. E da janela só o vento que me corrói a pele, exalando gélido aroma murmurante.
E cair na necessidade de me esquivar, mas a loucura de me manter ali é mais intensa. Loucura crescente, que me conquista, transcende a racionalidade e me mostra o surreal de maneira fétida e desgraçada. Miserável e caótica. Abate-me, putrefazendo-me dolorosamente.

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