sexta-feira, 19 de março de 2010

O que importa

Eu voltei até lá. Lá mesmo, aonde nós íamos. No meio do parque. E sentei naquele banco, frouxo em seus parafusos e assim como você, quase caí no chão. Foram boas risadas. E para outros, sozinha daquele jeito, parecia uma louca (de fato não sou tão assim). Bons tempos para perder à toa, sem fazer nada. Cochichar sem medo e gargalhar em alto e bom som. E de baixo daquela árvore, contar quantas folhas pousavam em nossos narizes. O outono é mesmo uma graça!
E lá sozinha, me encontrei de olhos fechados, bem fechados para as imagens na minha cabeça não escaparem de jeito nenhum. Via-te correndo atrás do vendedor de algodão-doce e voltando cantarolando notas musicais aleatórias, segurando uma enorme nuvem rosa e açucarada em uma das mãos.
Ainda só, me deparei com o vento que me levava mais afundo na memória. Vivendo dentro do espírito que presenciou aquele momento. Abraçando um belíssimo por do Sol, teu rosto ficara ligeiramente avermelhado. No contraponto da imensidão já aparecia uma dona Lua, assemelhando-se a uma fruta alaranjada. E ficamos nessa, brincando de ver as cores lá no alto; como mudavam depressa.
Um acontecimento memorável quando falara que havia uma flor em meus cabelos. Na surpresa, a flor voara, mostrando ser uma linda borboleta amarela. E lá me foi uma curiosidade indescritível de ir atrás dela como se pudesse mesmo alcançá-la, na esperança de voar junto a ela. Bobagem minha. Já estava no céu e não me dava conta.
O frio chegara depressa por demais. Encolhi-me ali mesmo, ao teu lado. Minha mania de não trazer agasalho. Então a decisão que o dia estava mesmo indo embora, como se tempo algum tivesse passado. Agora já é passado. Pena que não durou para sempre...
Ao acordar do meu devaneio, senti uma gota no meu rosto (e motivo nenhum tinha para chorar); estava chovendo. Já estava encharcada e de nada valeria sair dali correndo. Mas sabia que esse dia também já havia terminado e levantei calmamente para não quase cair novamente, fui embora sem pressa e sem medo de pegar um resfriado. Apesar de tudo; de toda aquela saudade, estava bem; e satisfeita, pois sabia e ainda sei que você está feliz. Isso é o que realmente importa!

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